Cabelos cheios, o rosto, as maçãs levemente rosadas, e os olhos manchados de preto e cansados de tanta bebida e luzes. Seus pés formigam de dor, aquele salto está todo esfolado de tanto andar em busca de um bom lugar para se acabar.
Cidade fria, ruas já cheias de gente mesmo ainda amanhecendo.Está tudo bem. Bem pra quem já dormiu e olha com espanto esse pedaço da
decadência nortuna que ainda nem viu os lençóis desdobrarem. O dia se torna noite, deseja isso diariamente em momentos mesquinhos. -Não sinto meus pés em casa, não sinto nem a ressaca antiga de umas noites sem conversas e muito vinho. Tudo isso me lembra alguém que sempre esteve tão vinho.- Os cheiros, ares novos de
essências urbanas.
Táteis. Comestíveis. Visíveis ao toque de
luzes e concreto. Sente-se bem, enfim. Mas talvez nem consiga pensar, pois só lhe resta à mente os últimos e tenta descobrir se vale se arrepender de tanta loucura ou se é melhor prestar atenção na parada de
ônibus em que vai descer. Não se arrepende, pois que mal há numa noite de
bebida e muitos rostos e nomes quem nem se lembra? Nada! Não importa para ela na volta ao refúgio dos deuses. Como os gregos depois de uma noite de bebidas e
sexo. Tudo volta ao normal, tudo se restabelece numa ordem. Espera-se perder-se por entre os lençóis e dormir num profundo vácuo dentro de si sem nem se tocar do eterno retorno. Ela deseja isso.
Cabelos cheios e cheirando a
cigarro.
arte:
http://www.flickr.com/photos/green_bigapple/- minha.
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