sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Um sono bom

Não ama, não sente, mente que é semente que brota no fim da vida. Caiu, não levantou, enraizou. Está deitada, prostrada, calada, observando os movimentos das árvores, no vento que passa. Pensa: "estou aqui por vontade própria, tenho que me levantar, mas não consigo, porque na verdade eu não quero, não tenho disposição para mudar meus limites."- Prostituta, de um tempo pra cá, que aceitou o fato de ser o que é. Tem medo do escuro e não sabe o que é luz, tem medo do que há no além de seu sonhos.

Livro ruim

Não tem vida própria, passou-a idealizando o futuro/presente. Os dias são esperas, as coisas que deseja parecem distantes, mas causam arrepios. Suspira quando chega em casa e pode se aquecer do gelo que evolve seu corpo. Está vazia. É uma grande mula, seu corpo só tem ações vitais e reações de instinto animal. Desiste as pressas de tudo que aspira, magoa alguém e sai pela porta com ar de arrependimento e dó de si. Pensa furiosamente em morte ou em auto-flagelo daquele pedaço de carne, que, agora anda e não consegue chorar. Sente um ódio de si. As vísceras vibram, choram a prisão de uma alma que antes parecia tão intensa.

Vá continue, ande por essa reta, caia nessa constante. Está morta, não quer mais nada. Não tem mais nada.

É só o que resta.

Breve lamento

Brotou em mim uma tristeza que está a me corroer o estômago.