
Minha boca presa em lábios grudados e rachados, tenho nos olhos a visão do horror da noite passada. O sonho me fez vomitar a bílis, não tenho como deglutir uma coisa tão áspera como a morte por um amor. Um amor, que nos sonhos vira as costas e anda com desprezo, atrás um feto, um ventre que chora. Há de voltar atrás por aquele pobre pedaço de carne humilhado? Não. Segue em frente e meu ar sufoca. Imagens em desespero, eu corro pelo apartamento vazio como numa paralisia do sono. Onde estaria essa carne agora? Podre. Esquecida para um futuro incerto de inseguranças e erros. Quantos erros as pessoas podem cometer? Quantos erros você aceita cometer? nenhum, mas cometi todos eles: o de sonhar e amar, juntos como uma prece infinita e ecoando na minha mente.
Agora, tenho minha cabeça encostada em travesseiros, qual será o presságio dessa noite? dormir só.
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